terça-feira, 7 de setembro de 2010

Carta em tom informal enviada ao hipermercado Continente (grupo Sonae) sobre a questão da gratuitidade dos sacos plásticos

Excelentíssimos,

Surge esta carta/protesto de uma profunda, consciente e racional indignação e revolta.

Em uma urgente necessidade de eliminação da totalidade dos desperdícios e esbanjamentos na sociedade actual por razões óbvias, nomeadamente por alarmante escassez de recursos naturais e por mudança de paradigma em relação ao consumo humano pede-se e exige-se a aplicação de taxa no valor de pelo menos 5 cêntimos a cada saco plástico (na verdade, bastaria meio cêntimo com sucesso na medida) fornecido em todas as insígnias do grupo Sonae (Continete, Modelo, Worten, Modalfa, Sportzone, parafarmácia associada aos supermercados e hipermercados, etc).

Na verdade tenho perfeita convicção que bastará meio cêntimo para alertar os mais distraídos para eliminar em, pelo menos, cinquenta por cento desperdícios desnecessários.

É facto visível o incentivo à utilização de sacos reutilizáveis nas superfícies comerciais Continete e Modelo, contudo também é triste facto visível claramente que 95 % dos vossos clientes continuam a dizer alegremente não à reutilização dos sacos de transporte dos produtos adquiridos.

Sei que só a aplicação de uma taxa aos sacos plásticos poderá contribuir para a redução do seu desperdício, sei, infelizmente, que a simples aplicação de uma taxa simbólica faz mais pela moderação de consumo de sacos plásticos e seu consequente não desperdício que todas as campanhas, conselhos ambientais, ensinamentos, educação ambiental nas escolas, etc.

Parece-me fundamental também que as grandes empresas funcionem como meio de educação ambiental, educação ambiental essa tão urgente em Portugal e sobretudo nas escolas portuguesas. Reconheço, no entanto, o extraordinário trabalho feito pelo grupo Sonae nos últimos anos em relação às políticas ambientais. Mas reconheço também claramente que talvez apenas falte este último aspecto de redução para uma Cultura de Não Desperdício.

Se os sacos fossem de ouro seriam gratuitos?! Vejamos: Mesmo que a quantidade de matéria-prima (petróleo) seja mínima e insignificante na fabricação de cada saco plástico o que está aqui sobretudo em causa é a criação, de facto, de uma cultura de não desperdício entre a população portuguesa. A economia deve sempre ser desenvolvida perante uma lei de eficiência tal que a embalagem deverá resumir-se ao essencial e nunca ao excesso.

Actualmente, vivemos um tormentoso cataclismo climático no nosso lindo planeta azul. Assistímos por todos os cantos do mundo a situações de extremos climáticos. São estes extremos climáticos que destroiem vidas humanas, colapsam sociedades e desmantelam economias. A única acção que temos de ter perante o mundo enquanto homens de verdade, sérios e conscientes é o maior e mais sábio respeito perante todas as leis da natureza. E por isso, devemos todos tornarmo-nos ambientalistas (ambientalista é aquele que respeita e ama o seu meio ambiente) e eliminar urgentemente todos os desperdícios inúteis, pouco inteligentes.

Alerto também quase desesperadamente para a necessidade de educação ambiental de todos os vossos colaboradores, pois querendo por vezes agradar demasiado ao cliente lhes facilitam um saco plástico para albergar um ou dois produtos, algo reprovável ambientalmente.

Em conclusão, pede-se e exige-se uma tomada de posição coerente em relação à questão de gratuitidade dos sacos plásticos em conformidade com a promoção de uma cultura de não desperdício.

Sem mais nenhum assunto de momento, deixo os meus cumprimentos cordiais.

Atenciosamente

1 comentário:

  1. Antes de mais, parabéns pela iniciativa!É bom saber que há cada vez mais pessoas preocupadas com o meio ambiente, dá-nos coragem para continuar a lutar!

    Também enviei um e-mail ao Continente. Cada vez que lá vou, quase que tenho um ataque cardíaco com a quantidade de sacos de plástico que eles nos oferecem quase vazios, quando poderiam enchê-los muito mais. Infelizmente, quando os meus pais vão às compras trazem sempre quilos deles (eu levo os meus de casa). já tentei dizer ao meu pai para não trazer mais sacos do supermercado e levar de casa, para reutilizar. A resposta que ele me deu foi: "és maluca".

    Enfim, parabéns pelo trabalho, continuem a lutar por um mundo mais saudável!

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